sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Brotos - Conheça mais sobre este fantástico alimento.


Alimentação para a vida

Germinação, um dos processos mais antigos, simples e econômicos para melhorar o valor nutricional de cereais e leguminosas.

Nem grão, nem planta completa, eis a característica dos brotos comestíveis, o que precisaria de meses para cumprir a promessa da multiplicação das propriedades da semente, em seu estágio inicial, incompleto, entre 3 e 5 dias, já têm aumentadas as vitaminas e sais minerais, com a conseqüente baixa do teor de amidos  e óleos, “digeridos”  durante o silencioso milagre da germinação.

Acredita-se que os astecas já conheciam e utilizavam a técnica do brotamento das sementes. Os fenícios tiveram o mérito de manter lavouras flutuantes, que os salvaram das doenças degenerativas por deficiência de frutas e verduras ricas em vitamina C, como escorbuto. Também os chineses  cultivavam o broto de feijão, três milênios antes da era cristã.

No entanto, apenas há pouco tempo os ocidentais começaram a atribuir o devido valor aos brotos, não apenas por causa de seu sabor agradável como também por serem informados através de pesquisadores que durante a germinação opera-se uma fabulosa mudança qualitativa no grão que começa a dar origem a uma nova planta, com características nutricionais diferentes da semente. Por exemplo: em 100 grama de soja seca, que não contem vitamina c, após 72 horas, o teor desta vitamina sobe para 706 miligramas. Este mesmo tipo de constatação aplica-se as demais vitaminas, que passam por uma espécie de potencialização,  os destaques ficam para o complexo B e as vitaminas A e E.

Não ignoremos  contudo  outro fenômeno; a germinação e o brotamento transformam  amidos e gorduras em açucares simples,  e  tornam os sais minerais dos grãos e sementes muito mais disponíveis para a digestão e absorção em nosso organismo, desta forma não apresentam ameaça a quem precisa controlar peso, pois possuem baixa caloria, por exemplo: uma xícara de broto de alfafa possui 16 calorias, uma xícara de soja, ervilha ou lentilha não ultrapassa 65 calorias, em contrapartida tem o dobro da proteína encontrada na mesma quantidade de carne.
Sujeitos ou não a regimes rígidos, todos nós podemos desfrutar a multiplicidade de sabores com que a natureza nos premia por meio dos Brotos.

Certo é que, consumidos no ponto exato, os brotos têm muito mais vitamina C que as frutas  cítricas, rivalizam com a carne em termos de proteína e superam muitos outros alimentos naturais.

No entanto, é preciso cuidado ao se ingerir brotos, por serem altamente protéicos, são sujeitos a contaminações por bactérias, como a salmonela, por isto, só consuma brotos frescos, que foram bem acondicionados e manipulados com higiene. Se perceber que o broto está murchando e liberando um liquido amarelado, dispense-o.

Para quem deseja produzir, é bom saber que: A qualidade da semente, a umidade, a temperatura, são fatores determinantes para o sucesso de uma boa safra de brotos, ainda que; a semente em dormência possua apenas 10% de água, quando chega a fase de broto possui  90% de água. Para chegar a este estágio umedecido a semente atravessa dois estágios, no  primeiro ocorre o encharcamento  da camada mais superficial, e no segundo a semente dilatada germinará ou não, dependendo do grau de umidade e temperatura ideal (média de 20ºC para sementes de clima temperado e 30 à 35 graus para sementes de clima tropical). Na germinação ocorre a multiplicação das células do embrião, que dará origem as primeiras raízes e aos brotos, por meio do aproveitamento dos nutrientes contidos no endosperma ou nos cotilédones. Nesta fase o embrião precisa de muito oxigênio e água, mais um pouco e teremos uma planta completa, com raízes, folhas e caule, contendo os nutrientes da semente, reelaborados e  multiplicados.

Os brotos devem ser consumidos antes de se esgotarem suas reservas de alimentação no endosperma e cotilédones, após o que, passará a retirar sua nutrição da terra e do ar para continuarem o processo evolutivo. Neste ponto, as proteínas do grão foram pré-digeridas, transformando-se em aminoácido, amidos em açúcar simples, ambos fáceis de serem absorvidos pelo organismo. Também ocorre a formação das enzimas, substâncias que controlam grande parte das reações químicas de nosso organismo. Detalhe importante, se lembrarmos que o cozimento destrói as enzimas e que nosso organismo necessita cada vez mais delas, uma vez que com o envelhecimento, passa a produzi-las em volume menor.

Em principio podemos cultivar todos os tipos de sementes comestíveis. Os mais conhecidos são os de feijão, alfafa, trevo, lentilha, ervilha, trigo, soja, mais existem outras dezenas de opções.

O prazer que sentimos ao presenciarmos a germinação sob nosso cuidado e controle, por conhecermos a boa procedência das sementes e da água (preferivelmente potável), por  dispensarmos o uso de defensivos, aditivos ou conservantes químicos, por cultivarmos com  nossas próprias mãos, não é maior do que o prazer que sentimos quando levamos a mesa uma diversidade de sabores, na forma viva e completa, com recursos alimentares nutritivos e energéticos que contribuem para a manutenção da vida.

Este texto foi escrito com base nas informações contidas no livro“ Brotos- Saúde e Curas Naturais – Akira Nakayama”

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